segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

http://www.folhadeindaial.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4536:moradores-organizam-manifesto-pela-preservacao-do-ribeirao-encano-em-indaial&catid=293:indaial&Itemid=542


Moradores organizam manifesto pela preservação do Ribeirão Encano, em Indaial


Em dezembro de 2012, o futuro do Bairro Encano, em Indaial passou a ser motivo de séria preocupação. No dia 13 daquele mês, moradores foram chamados para a apresentação de um “grande empreendimento” a ser implantado na Rua Lorenz: uma pedreira com britador.
É de amplo conhecimento da comunidade indaialense – e mesmo do Vale do Itajaí – que o Vale do Ribeirão Encano guarda algumas das mais belas paisagens da região.
No Jornal do Almoço, na RBS TV, do dia 22 de dezembro de 2012, foi veiculada uma reportagem sobre o tema, abordando particularmente a questão da poeira e danos à infra-estrutura de transporte do município.
De fato: a imensa quantidade de barulho e de poeira gerada pelo tráfego de dezenas de caminhões pesados em uma estrada de terra é uma agressão à dignidade dos moradores da localidade. Já o transtorno gerado no trânsito e os danos às vias pavimentadas – particularmente a Rua Dr. Blumenau – terão impacto negativo direto no dia-a-dia da comunidade indaialense.
Há, entretanto, outras questões alarmantes, dentre as quais se pode citar o assoreamento do Ribeirão Encano, os danos aos lençóis freáticos e o comprometimento da fauna devido ao ruído (britador, caminhões e detonações).
O local onde se pretende instalar a obra é cercado de vegetação, com áreas em avançado estado de recuperação. Um ponto crítico, pois há raras reservas de mata Atlântica no Estado.
Informações pesquisadas dão conta de uma extração mensal de 20 mil toneladas de pedra britada, com planos futuros de instalação também de uma concreteira. As atividades de lavra a céu aberto e britagem são consideradas de elevado impacto ambiental, e é alarmante a perspectiva de ver as chuvas levarem ao leito do Ribeirão Encano não só os sedimentos de uma pedreira, mas também no futuro os eternos resíduos de concreto.
Na mesma rua já há uma pedreira de menor porte, que começou suas atividades de forma tímida e com pouco movimento. Hoje, a medonha ferida vista no local onde ela está instalada serve de alerta. A perspectiva de surgir uma segunda ferida, maior e mais entranhada na região do Encano Alto, parece o prenúncio de uma tragédia.
Nas últimas duas décadas houve notável recuperação da vegetação na região, e hoje os moradores têm como vizinhos não só os conhecidos bugios, mas também grande variedade de aves e outros animais.
Há motivos para temer-se seriamente pela manutenção destas belezas naturais, uma vez que tal empreendimento conta com um grande poderio econômico. É sabido que muitas vezes o brilho do ouro ofusca o bom-senso, e também é sabido que o retorno social gerado por tal empreitada (relativamente poucos impostos e pouquíssimos empregos) é muito pequeno diante do sinistro cenário que deixa para a comunidade. Apenas uns poucos ganham muito, enquanto muitos têm perdas irreparáveis.
Recentemente, publicou-se uma matéria no Jornal Folha de Indaial anunciando a iniciativa de, no futuro, fazer a captação de água pela CASAN no Ribeirão Encano. A vazão do ribeirão seria suficiente para atender mais do que o dobro da demanda atual do município. Espera-se, ainda, menor custo de tratamento, com melhor qualidade de água e sem o risco de comprometimento do abastecimento em caso de água turva (comum nas enchentes do Rio Itajaí) ou acidente com produtos químicos transportados na BR-470.
A Lei Municipal 1958/90 define a bacia do Ribeirão Encano como patrimônio ecológico e hídrico, impedindo a instalação ou realização de atividades poluidoras.
De acordo com a classificação do Conselho Estadual de Meio Ambiente – CONSEMA, definida em sua resolução n° 003/2008, as atividades de extração de minérios (rocha) com uso de explosivos têm GRANDE POTENCIAL DE POLUIÇÃO E DEGRADAÇÃO.
Vamos preservar o Vale do Ribeirão Encano: PEDREIRA, NÃO!

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